Professor Giorgio de Tomi participa de dois painéis que destacam o papel do país como liderança ética e estratégica no setor global de gemas de cor
O Brasil estará no centro das atenções do ICA Congress 2025, que acontecerá de 19 a 22 de maio em Brasília, reunindo especialistas, investidores e representantes da indústria de gemas de cor de mais de 40 países. Entre os destaques da programação, o professor Giorgio de Tomi, diretor do Centro de Mineração Responsável da USP, marcará presença em dois importantes painéis que tratam de sustentabilidade, conformidade e atração de investimentos no setor. A participação de empresas brasileiras no evento também acontece por meio do projeto Precious Brazil, uma iniciativa conjunta do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) que visa promover internacionalmente o setor de gemas e joias do país.
Giorgio, que também coordena o Plano Nacional de Ação para a Convenção de Minamata no Brasil, acredita que o país vive um momento promissor para atrair novos investidores. “A riqueza do nosso patrimônio mineral, aliada à modernização crescente das operações, ao compromisso com a sustentabilidade e à consolidação de boas práticas de gestão e governança, posiciona o país como uma das principais escolhas globais para investimentos no setor de gemas. Além disso, a estabilidade econômica alcançada nos últimos anos, juntamente com o fortalecimento das relações comerciais com os países do BRICS, amplia as oportunidades de negócios e facilita o acesso a mercados estratégicos. O Brasil se apresenta, assim, como um ambiente sólido, confiável e promissor para investidores que buscam aliar rentabilidade à responsabilidade socioambiental.”
Segundo o professor, um dos principais entraves ao desenvolvimento da mineração de gemas no país está no predomínio de pequenos empreendimentos, o que limita a capacidade de investimento em toda a cadeia produtiva. “Os principais desafios para o desenvolvimento do setor de gemas no Brasil estão ligados, principalmente, ao perfil predominante das atividades, que são majoritariamente compostas por pequenos empreendimentos, com poucas exceções de operações de médio porte. Essa característica limita a capacidade de investimento ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a fase inicial de pesquisa geológica e caracterização dos depósitos até a escolha do método mais adequado de lavra e beneficiamento dos materiais. Além disso, a escassez de recursos financeiros dificulta o acesso a tecnologias mais eficientes para promover a maior competitividade do setor. Outro ponto crítico se refere à adoção de práticas que garantam a sustentabilidade ambiental e social das operações, o que em alguns casos acaba comprometendo tanto a regularização das atividades quanto a aceitação do setor pela sociedade e pelo mercado internacional.”
Durante os painéis “Brazil’s Gemstone Industry: A Leader in Compliance and Sustainable Practices” e “Unlocking the Potential of Mining Investments in Brazil”, Giorgio de Tomi, juntamente com outros participantes, abordará como a mineração responsável pode se tornar um diferencial competitivo para o Brasil. O professor cita o trabalho do NAP.Mineração, núcleo da USP voltado ao aprimoramento da mineração de pequeno porte, como exemplo de como boas práticas de gestão, governança e eficiência podem tornar essas operações mais atrativas para investimentos éticos e sustentáveis. “O NAP.Mineração é um núcleo de pesquisa da USP voltado à promoção da mineração responsável, com foco no aprimoramento da mineração de pequeno porte. Nossa experiência com cooperativas e associações do setor demonstra que esses mineradores têm muito interesse em melhorar a eficiência de suas operações, bem como em formalizá-las por meio de práticas atuais de gestão e governança. Somente após a superação desses desafios é que essas operações estarão mais preparadas para se tornarem competitivas e atrativas para a captação de investimentos no mercado.”
Outro ponto central da discussão será a rastreabilidade. De Tomi explica que ferramentas como as certificações Fairmined, CRAFT e RJC são fundamentais para garantir transparência e gerar confiança. “Diversas iniciativas internacionais têm promovido padrões operacionais e melhores práticas voltadas à certificação de operações de mineração artesanal e de pequeno porte. Entre os exemplos mais relevantes estão as certificações Fairmined, Swiss Better Gold, Responsible Jewellery Council (RJC) e CRAFT, entre outras. Esses padrões não apenas incorporam aspectos de responsabilidade ambiental e de governança na produção mineral, mas também incentivam a mineração responsável e a promoção da justiça social no setor.” Ele destaca ainda que “no Brasil, o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), em parceria com a USP e outras instituições, tem atuado na criação de um processo inovador de certificação e rastreabilidade voltado à produção responsável de minerais, como o ouro e as gemas. Esse processo está sendo estruturado com base no padrão ICMTC, atualmente em fase de desenvolvimento e implantação em escala piloto.”
Na visão de Giorgio, o ICA Congress é uma plataforma estratégica para consolidar a imagem do Brasil como líder na produção de gemas de qualidade. “O Brasil vive um momento promissor no setor de gemas. A ampla variedade e a alta qualidade de nossas gemas posicionam o país como um dos principais fornecedores no mercado internacional. O IBGM e seus associados têm se destacado globalmente, não apenas pela competitividade nos custos de produção, mas também pela adoção de tecnologias de ponta e por modelos inovadores de atuação pautados na responsabilidade socioambiental. O Congresso da ICA representa uma oportunidade única para reafirmarmos nossa capacidade de liderar a produção mundial de gemas de qualidade, com foco na sustentabilidade e na excelência competitiva.”
O ICA Congress acontece de 19 a 22 de maio de 2025, no Royal Tulip Brasília Alvorada. A programação completa e as inscrições estão disponíveis no site oficial: icacongress.com
Sobre a ApexBrasil
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil. A Agência também atua de forma coordenada com atores públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do país.
Sobre o IBGM
O Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos é uma entidade nacional, de direito privado, sem fins lucrativos, fundada em 1977, com a missão de representar, mobilizar, integrar, desenvolver e promover todos os segmentos da Cadeia Produtiva de Gemas, Joias, Bijuterias e Relógios, harmonizando seus interesses e promovendo a transferência de conhecimento, a confiança e a apreciação de seus produtos pelos consumidores.
Sobre o Precious Brazil
O Projeto Setorial visa apoiar e promover as empresas brasileiras dos segmentos de pedras, bijuterias e joias brasileiras que queiram exportar seus produtos, sejam elas iniciantes, exportadoras e internacionalizadas. Conduzido pelo IBGM – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos em parceria com a ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – o projeto atende atualmente cerca de 160 empresas do setor.